2017 foi o ano em que, no mínimo e atonitamente, vivenciamos o extremo dos tempos líquidos. Vários foram aqueles que pensaram
em, ou tentaram ou alardearam, uma mudança para Portugal. Eu estive em Lisboa em
2015 e na minha visão de turista, sim, eu moraria lá. Mas isso é tão somente
uma maneira de tecer um elogio à cidade e não um projeto. Além disso, na
condição de carioca, visitar Lisboa foi o mesmo que reconhecer o Rio de Janeiro
em Portugal e Portugal na Cidade Maravilhosa. Um deleite capaz de justificar
tamanha identificação com o lugar.
Posso dizer que conheci Lisboa “na volta”, pois como expliquei na postagem sobre como organizei a viagem, o roteiro incluiu Rio de Janeiro, Paris e Sevilha. Ou seja, desembarquei no aeroporto de Lisboa e de lá segui de metro até a rodoviária para embarcar em um ônibus até Sevilha, já que o último voo para a cidade havia partido minutos antes da nossa chegada em terras lusitanas. Assim, minha primeira ação na cidade foi deixar a segunda mala no guarda volume do aeroporto. Funciona muito bem: o atendente entrega um recibo para ser quitado na retirada, após o pagamento das primeiras 24 horas. Bye bye mala.
Dali pra frente foi seguir na
direção oposta, comprar cartão válido para carril e metro (Viva viagem ou 7
Colinas ou o LISBOA CARD, que dá acesso gratuito aos transportes públicos -
ônibus, elevadores, bondes, metrô e trem para Sintra e Cascais e alguns Museus e
Monumentos) e embarcar na linha vermelha do metro, sentido Oriente. Lá, o
desembarque é no 1º piso e a rodoviária está no 3º piso, mas tem elevador.
FOTO MB: RUMO À RODOVIÁRIA
Chegamos na Estação Oriente perto das dez horas de uma noite fria, quando a maior parte dos estabelecimentos comerciais já estavam fechados e a distribuição de sanduiche e suco aos sem teto locais acontecia no interior da gare. Havia uma lanchonete funcionando e o simpático dono nos serviu a popular bifana – sanduiche feito de bife de carne de porco cozida no alho e vinho, temperada com mostarda ou molho picante e servida em pão aquecido. Era o melhor que se podia comer ali, antes de embarcar no ônibus da Alsa, que iria percorrer, em um pouco mais de 5 horas, os quase 400km até a Estação Plaza de Armas, em Sevilha. O custo de cada trecho foi cerca de 40 euros.
A volta de Sevilha também foi de
ônibus. Ainda com a luz do dia, passamos por Faro, que vista pela janela
do ônibus é encantadora. Mais uma vez desembarcamos na Estação Oriente. De lá seguimos
para o aeroporto, para buscar a mala. Lembra? Depois, rumar para o hotel, o que
foi feito de taxi porque ninquém é de ferro!
Feito o check in no Lisbonaire
Apartments (Rua da Glória, 16) e um pequeno lanche ali mesmo - o
estúdio, decorado por um designer português, dispunha de cozinha completa
e lavanderia -, restava planejar o primeiro dia em Lisboa. Assim foi feito.
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