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3.12.12

BUENOS AIRES PARA QUEM VAI DE CARRO - POR ESTRADAS URUGUAIAS


Chegar em Montevideo de carro é bem fácil. Pela Ruta 9, rodovia que corta o país de oeste a leste, percorre-se cerca de 300 km até Maldonado. Mas, poucos quilômetros depois da fronteira com o Chuí, no distrito de Rocha, vale conhecer a Fortaleza de Santa Teresaconstruída por portugueses no século XVIII.

FOTO MB: MONUMENTO HISTÓRICO DO URUGUAI, A FORTALEZA PERMITE VISITAÇÃO PÚBLICA
FOTO MB: MONUMENTO HISTÓRICO DO URUGUAI, A FORTALEZA PERMITE VISITAÇÃO PÚBLICA

Sob o sol quente de janeiro, continuamos pela Ruta 9 parando apenas para abastecer até chegarmos em Punta del Este: cidade praiana, com as famosas (e belas) mansões de Maldonado, gente bonita e bronzeada. Ponto. Olhadinha rápida em Punta e mais duas horas de estrada até chegarmos em Montevideo. 

4ª PARADA: MONTEVIDEO

Deixamos nossos amigos em Carrasco, e seguimos para o hotel pela Rambla - 22 Km de orla do Prata,  simplesmente linda. Visual fantástico do pôr-do-sol às 21:00 da noite. Nos hospedamos no IBIS, recém inaugurado e fomos jantar no restaurante Alto Palermo. Uma gracinha de lugar. Foi nele que tivemos o primeiro contato com o cardápio criollo. Comemos peixe com purê de papas e chivito (que nada mais é que um sanduíche aberto de picanha). cerveza Guilmes para acompanhar.

FOTO MB: LA RAMBLA - POCITOS
FOTO MB: LA RAMBLA - PUNTA GORDA - MONUMENTO NA PLAZA DE LA ARMADA

CANDOMBE: UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA NA RAMBLA

FOTO MB: A  TRADIÇÃO SE APRENDE EM CRIANÇA

Conheci o Candombe de maneira não intencional. Bastou ouvir ao longe tambores soando de forma inusitada (samba? maracatu?), que mudei o rumo naquela direção. A Rambla estava tomada e, sem cerimônia, acompanhei o grupo. Dançar candombe não é para leigos, mas, do meu jeito, me esbaldei!


FOTO MB: AS PERSONAGENS

Aprendi também que há três maneiras clássicas de Candombe (tipos de toque). Cada toque enfatiza um dos três tipos de tambor (o menor deles tem som agudo e se denomina "Chico"; o de tamanho médio chama-se "Repique" e o maior, de som mais grave, denomina-se "Piano"). Uma verdadeira aula sobre toques dos tambores encontrei aqui.

FOTO MB: OS TAMBORES 

Se o Candombe do Uruguai foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, foi por mim declarado o melhor momento em Montevideo!
Falei mais do  Candombe aqui

MAIS DE MONTEVIDEO

Nas proximidade da esquina da 18 de Julio com Ejido – Plaza do Palácio Municipal, está o Museo de Arte Precolombina e Colonial. Elegemos o centro velho para conhecer e o Mercado del Puerto para almoçar. Muito legal. Almoçamos parrilla, servida por um mozo (garçom) metido a falar português. Na parrilla vinha papas fritas, linguiça (chorizo), pollo (frango), picanha e outras coisas estranhas que eu não lembro o nome (intestino de boi, pênis de boi, miolo, rim, etc.). Juramos nunca mais comer parrilla enquanto durasse o calor. Um detalhe: em Montevideo é comum a cobrança de cobiertos (talheres, que também pode ser entendido como couvert). A cobrança é feita se você senta em lugares ao ar livre, ainda que só tome uma água ou um café.

FOTO MB: PLAZA INDEPENDENCIA COM O MAUSOLÉU DE  ARTIGAS, NO LIMITE DA CIDADE VELHA

No caminho entre o hotel e o Mercado del Puerto visitamos o Museo del Gaucho y de la Moneda, na Avenida 18 de Julio. Só o prédio, de 1896, valeu a visita. O acervo também é muito interessante. Visitamos a Cadetral, o Cabildo – onde satisfiz o desejo de viver no glamour do início do século XIX (só porque tirei uma foto com uma sombrinha de renda), cruzamos o portal do antigo forte na Plaza Independencia, Plaza Constitución e o Palácio Legislativo, a sede do Partido Blanco, etc. 

FOTO MB: MERCADO DEL PUERTO

Paramos para um café na La Passiva – uma rede de restaurantes/lanchonete local. Avistamos o teatro Solis, recém-aberto depois de uma restauração que durou quase uma década, após um incêndio. 

FOTO MB: OUTRO ANGULO DA PLAZA INDEPENDENCIA COM LA PUERTA DE LA CIDADELA (COLONIAL)

Depois do almoço fomos a Tres Cruces (um shopping – rodoviária – casa de câmbio) para comprar as passagens de ônibus para Colonia del Sacramento e de buquebus que nos levaria de Colonia para Buenos Aires pelo Rio de la Plata. Dirigir em Montevideo é igual ou pior que em Curitiba. Sabíamos que a Av. Itália cortava toda a cidade e que era por ela que deveríamos circular para ir do hotel (ao sul) até a rodoviária (centro) e depois para Carrasco (ao norte) para deixarmos o carro na casa da avó do nosso companheiro de viagem. De lá tomamos um táxi para Tres Cruces e embarcamos para Colonia. Um parêntese sobre os táxis no Uruguai: todos têm cabine para o motorista e estão caindo aos pedaços (nem todos). Você olha o valor registrado pelo taxímetro e lê o valor correspondente na tabela de conversão que está na “sua metade do táxi” e passa o dinheiro para o motorista por uma janelinha.

5ª PARADA: COLONIA DEL SACRAMENTO

Bom, três horas depois de embarcarmos em um ônibus interestadual em Montevideo, onde tinha gente saindo pela janela, chegamos à Colonia del Sacramento. Já falei dos CINCO MOTIVOS PARA VISITAR COLONIA, mas vou descrever um pouquinho a minha visita, que começou com o pé esquerdo, mas terminou muito bem!

Já era quase meia noite quando tomamos um táxi desde a rodoviária até o hotel (o trajeto foi de dois quarteirões), que havíamos localizado e reservado pela internet. Nas fotos, sem luxo porém simpático. Mas a realidade foi outra (hoje sei que em 2007 ele foi totalmente reformado)Não pensei duas vezes e saí correndo dali. Para onde? Não tínhamos plano B, mas ali eu não dormiria. Paramos na sorveteria e pedimos informações. Aliás, a noite de Colonia é bem movimentada. Tem gente circulando pelas ruas até de madrugada. A sorveteria mesmo só fechava às 2 da manhã. 

FOTO MB: PUXANDO MALINHA ATÉ O CAIS

Seguimos a indicação da dona da sorveteria e rumamos para o Hotel Italiano, na rua transversal, com nossas malas de rodinhas quebrando o silêncio da rua de calçamento colonial. Na manhã seguinte, um calor danado! Nunca bebi tanta água. 

FOTO MB: MUSEO CASA DE NACARELLO

Colonia tem calles e plazas com los nogales, casas e mais casas coloniais transformadas em museus – visitamos 7 dos 10 que tínhamos direto com o passe museu adquirido no museu do farol. Praças arborizadas e a Iglesia Matriz também é legal de se ver.
No final da tarde apanhamos as malas e fomos para o porto tomar o Buquebus que atravessaria o Rio de la Plata, nos levando à Buenos Aires. Demoramos três horas para chegar ao destino. Andava mais devagar que a Cantareira. 

FOTO MB: VISTA DO PRATA DESDE O FAROL

Na loja de passagens tinha fotos de um veículo que navega em alta  velocidade, mas parte direto de Montevideo. Pensamos que o nosso levaria algum tempo para acelerar. Afinal, uma coisa daquele tamanho não podia sair voando Prata adentro. Só que a coisa daquele tamanho não podia, não conseguia e acho mesmo que não queria navegar rápido. Ficamos três horas esperando a aceleração e, ao invés dela, o que vimos foi Buenos Aires se aproximando lentamente.

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