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14.1.13

SELARÓN E O RIO DE JANEIRO



FOTO MB: GOSTO DAS SUAS MULATAS, DO VERMELHO "ALMODÓVAR" DO RETRATO EXCRACHADO DA CIDADE MARAVILHOSA. TÁ AQUI, NA PAREDE DO ESCRITÓRIO, DESDE 2010, ÚLTIMA VEZ QUE ESTIVE NA SUA ESCADARIA. 

2.1.13

SHADES OF GREY: ILUSÃO OU REALIDADE?

Há muito admito minha predileção por lugares que seguem majestosos apesar do tempo. Um encantamento que, muitas vezes, me faz sentir como se estivesse voltando do futuro para registrar tais momentos.
NÃO SAIO ÀS RUAS COM O OBJETIVO DE FOTOGRAFAR COISAS DO TIPO. SIMPLESMENTE É O CONTEXTO QUE ME REMETE. FOI ASSIM, POR EXEMPLO, NO CHILE;
EM COLONIA DEL SACRAMENTO, QUANDO ENTREI NO RESTAURANTE MÉSON DE LA PLAZA OU ME DEPAREI COM ESSE MODELO DE CARRO QUE JÁ ERA ANTIGO QUANDO NASCI.
EM SÃO PAULO, QUEM PODERÁ DIZER, SEM OBSERVAR COM BASTANTE ATENÇÃO, QUE A ESTAÇÃO DA LUZ  FOI FOTOGRAFADA EM 2012?
O QUE DIZER DE PARIS? OK, PARIS É COVARDIA. MAS BASTA ESQUECER QUE A TORRE EIFFEL NEM SEMPRE TEVE ILUMINAÇÃO QUE ESTAREMOS EM 1889, NA SUA INAUGURAÇÃO.
 E ASSIM VAMOS NÓS VIAJANDO NO TEMPO. SEJA EM SÃO FRANCISCO DO SUL (SC)
OU EM ANTONINA (PR). O MAIS LEGAL DISSO TUDO É EXERCITAR O OLHAR E IR  ALÉM DAQUILO QUE SE APRESENTA. NA MINHA OPINIÃO, ESSE É O ITEM ESSENCIAL, AQUELE QUE NÃO PODE FALTAR NA MALA DE QUALQUER VIAJANTE.
FOTOS MB

1.1.13

JANELA INDISCRETA

FOTO MB: O PRIMEIRO ARCO DE 2013.

28.12.12

BRS: MINI TOUR CARIOCA COM A LINHA 413

O novo sistema de transporte no Rio está mudando a rotina do carioca. Andar de ônibus nunca foi tão rápido, e pode ser uma ótima maneira de percorrer a cidade. R$ 2,75 é o quanto você paga para ver belas paisagens. A linha 413, por exemplo, percorre o trecho do Leblon à Usina (quase Alto da Boa Vista) em menos de 1 hora e oferece ótimos postais. Quer ver?







FOTOS MB: PRAIA DE IPANEMA - PRAIA DE BOTAFOGO - ATERRO DO FLAMENGO (PISTA DE 19 KM DE BOTAFOGO ATÉ O AEROPORTO) - MONUMENTO AOS PRACINHAS - MAM

OS IMPRESSIONISTAS NO CCBB-RJ ANTES DO VALE CULTURA

Em 2011 o Musée d'Orsay esteve parcialmente fechado para obras. Naquela ocasião, a Prefeitura de Paris organizou uma exposição para mostrar a cidade entre 1848 e 1914, registrada por gênios impressionistas: Boldini, Pissaro, Renoir, Monet, Degas, Toulouse-Lautrec, entre outros.

FOTO MB: FACHADA DO CCBB-RJ

Um ano depois, voilà! Impressionismo - Paris e a modernidade está em terras estrangeiras. E em poucas terras, já que São Paulo, Rio de Janeiro e Madri foram as escolhidas. Não precisa dizer que é imperdível para quem conhece e para quem não conhece Paris.


FOTO MB: NO TÉRREO É POSSÍVEL FOTOGRAFAR OS CENÁRIOS

A exemplo do Musée d’Orsay, também não permitem tirar fotos lá dentro. Mas, obras de arte podem ser apreciadas e guardadas na memória da gente. Então, vai perder?


Texto de apresentação da Curadoria do Museu:

Enquanto a velha Paris se apaga sob a influência do barão Haussmann, os pintores Jongkind e Lépine, Manet e Degas, Monet e Renoir, Pissarro e Gauguin, apaixonam-se pela cidade e pela sua vida frenética. Novos temas surgem para os artistas, com boulevards, ruas e pontes animados por um movimento incessante, jardins públicos, vibrantes mercados cobertos e a céu aberto, retraçados sob o céu cinza, bem como grandes lojas e vitrines, iluminadas a gás ou eletricidade, estações de trem, cafés, teatros e circos, corridas, sem falar dos bailes e noitadas mundanas...

Através destes lugares, os artistas pintam igualmente todas as camadas da sociedade: austeras famílias burguesas na obra de Fantin-Latour, burguesia mais elegante e frequentadora dos lugares da moda, moças da fina sociedade tocando piano em Renoir, prostitutas que rodam a bolsinha e sobre as quais artistas como Degas, Toulouse-Lautrec ou Steinlen lançam um olhar livre de qualquer julgamento moral e até empático, como em Toulouse-Lautrec.

Entretanto, a atração pela natureza e o desejo de fugir da cidade também se manifestam de modo imperativo... São os mesmos artistas que se voltam para os temas mais “naturais” das cercanias de Paris (Monet, Bazile, Renoir, Sisley para Fontainebleau, Monet para Argenteuil, Pissarro para Pontoise…). A busca por novas aventuras picturais conduz ao refúgio na região do Midi (Van Gogh, Gauguin e Cézanne) ou na Bretanha (Gauguin, Bernard), ao passo que os artistas do movimento Nabi privilegiam a intimidade de universos interiores.


SERVIÇO:
Até 6 de janeiro de 2013
Centro Cultural Banco do Brasil - RJ  (o CCBB fica aberto até às 21:00hs) - entrada gratuita

Em fevereiro
Fundação Mapfre - Madri - de 6 de fevereiro a 25 de maio de 2013

Em julho
Musée d’Orsay - 1 rue de la Légion d’Honneur - 75007 - Paris 

11.12.12

BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE AMOR!


(Jorge Ben Jor)

Bom dia, amor. Eu gosto tanto de você
Boa tarde, amor. Eu gosto tanto de você
Boa noite, amor. Eu gosto tanto de você
Dorme, dorme, meu amor
Dorme, dorme, meu amor
Mas por favor, diga que vai sonhar comigo, que eu também vou sonhar com você.
Pois tudo que eu falo, que eu canto, que eu penso, que eu amo, que eu olho, que eu quero
Só vejo você...


Fotos MB: dia 11 de dezembro de 2012

3.12.12

BUENOS AIRES PARA QUEM VAI DE CARRO - POR ESTRADAS URUGUAIAS


Chegar em Montevideo de carro é bem fácil. Pela Ruta 9, rodovia que corta o país de oeste a leste, percorre-se cerca de 300 km até Maldonado. Mas, poucos quilômetros depois da fronteira com o Chuí, no distrito de Rocha, vale conhecer a Fortaleza de Santa Teresaconstruída por portugueses no século XVIII.

FOTO MB: MONUMENTO HISTÓRICO DO URUGUAI, A FORTALEZA PERMITE VISITAÇÃO PÚBLICA
FOTO MB: MONUMENTO HISTÓRICO DO URUGUAI, A FORTALEZA PERMITE VISITAÇÃO PÚBLICA

Sob o sol quente de janeiro, continuamos pela Ruta 9 parando apenas para abastecer até chegarmos em Punta del Este: cidade praiana, com as famosas (e belas) mansões de Maldonado, gente bonita e bronzeada. Ponto. Olhadinha rápida em Punta e mais duas horas de estrada até chegarmos em Montevideo. 

4ª PARADA: MONTEVIDEO

Deixamos nossos amigos em Carrasco, e seguimos para o hotel pela Rambla - 22 Km de orla do Prata,  simplesmente linda. Visual fantástico do pôr-do-sol às 21:00 da noite. Nos hospedamos no IBIS, recém inaugurado e fomos jantar no restaurante Alto Palermo. Uma gracinha de lugar. Foi nele que tivemos o primeiro contato com o cardápio criollo. Comemos peixe com purê de papas e chivito (que nada mais é que um sanduíche aberto de picanha). cerveza Guilmes para acompanhar.

FOTO MB: LA RAMBLA - POCITOS
FOTO MB: LA RAMBLA - PUNTA GORDA - MONUMENTO NA PLAZA DE LA ARMADA

CANDOMBE: UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA NA RAMBLA

FOTO MB: A  TRADIÇÃO SE APRENDE EM CRIANÇA

Conheci o Candombe de maneira não intencional. Bastou ouvir ao longe tambores soando de forma inusitada (samba? maracatu?), que mudei o rumo naquela direção. A Rambla estava tomada e, sem cerimônia, acompanhei o grupo. Dançar candombe não é para leigos, mas, do meu jeito, me esbaldei!


FOTO MB: AS PERSONAGENS

Aprendi também que há três maneiras clássicas de Candombe (tipos de toque). Cada toque enfatiza um dos três tipos de tambor (o menor deles tem som agudo e se denomina "Chico"; o de tamanho médio chama-se "Repique" e o maior, de som mais grave, denomina-se "Piano"). Uma verdadeira aula sobre toques dos tambores encontrei aqui.

FOTO MB: OS TAMBORES 

Se o Candombe do Uruguai foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, foi por mim declarado o melhor momento em Montevideo!
Falei mais do  Candombe aqui

MAIS DE MONTEVIDEO

Nas proximidade da esquina da 18 de Julio com Ejido – Plaza do Palácio Municipal, está o Museo de Arte Precolombina e Colonial. Elegemos o centro velho para conhecer e o Mercado del Puerto para almoçar. Muito legal. Almoçamos parrilla, servida por um mozo (garçom) metido a falar português. Na parrilla vinha papas fritas, linguiça (chorizo), pollo (frango), picanha e outras coisas estranhas que eu não lembro o nome (intestino de boi, pênis de boi, miolo, rim, etc.). Juramos nunca mais comer parrilla enquanto durasse o calor. Um detalhe: em Montevideo é comum a cobrança de cobiertos (talheres, que também pode ser entendido como couvert). A cobrança é feita se você senta em lugares ao ar livre, ainda que só tome uma água ou um café.

FOTO MB: PLAZA INDEPENDENCIA COM O MAUSOLÉU DE  ARTIGAS, NO LIMITE DA CIDADE VELHA

No caminho entre o hotel e o Mercado del Puerto visitamos o Museo del Gaucho y de la Moneda, na Avenida 18 de Julio. Só o prédio, de 1896, valeu a visita. O acervo também é muito interessante. Visitamos a Cadetral, o Cabildo – onde satisfiz o desejo de viver no glamour do início do século XIX (só porque tirei uma foto com uma sombrinha de renda), cruzamos o portal do antigo forte na Plaza Independencia, Plaza Constitución e o Palácio Legislativo, a sede do Partido Blanco, etc. 

FOTO MB: MERCADO DEL PUERTO

Paramos para um café na La Passiva – uma rede de restaurantes/lanchonete local. Avistamos o teatro Solis, recém-aberto depois de uma restauração que durou quase uma década, após um incêndio. 

FOTO MB: OUTRO ANGULO DA PLAZA INDEPENDENCIA COM LA PUERTA DE LA CIDADELA (COLONIAL)

Depois do almoço fomos a Tres Cruces (um shopping – rodoviária – casa de câmbio) para comprar as passagens de ônibus para Colonia del Sacramento e de buquebus que nos levaria de Colonia para Buenos Aires pelo Rio de la Plata. Dirigir em Montevideo é igual ou pior que em Curitiba. Sabíamos que a Av. Itália cortava toda a cidade e que era por ela que deveríamos circular para ir do hotel (ao sul) até a rodoviária (centro) e depois para Carrasco (ao norte) para deixarmos o carro na casa da avó do nosso companheiro de viagem. De lá tomamos um táxi para Tres Cruces e embarcamos para Colonia. Um parêntese sobre os táxis no Uruguai: todos têm cabine para o motorista e estão caindo aos pedaços (nem todos). Você olha o valor registrado pelo taxímetro e lê o valor correspondente na tabela de conversão que está na “sua metade do táxi” e passa o dinheiro para o motorista por uma janelinha.

5ª PARADA: COLONIA DEL SACRAMENTO

Bom, três horas depois de embarcarmos em um ônibus interestadual em Montevideo, onde tinha gente saindo pela janela, chegamos à Colonia del Sacramento. Já falei dos CINCO MOTIVOS PARA VISITAR COLONIA, mas vou descrever um pouquinho a minha visita, que começou com o pé esquerdo, mas terminou muito bem!

Já era quase meia noite quando tomamos um táxi desde a rodoviária até o hotel (o trajeto foi de dois quarteirões), que havíamos localizado e reservado pela internet. Nas fotos, sem luxo porém simpático. Mas a realidade foi outra (hoje sei que em 2007 ele foi totalmente reformado)Não pensei duas vezes e saí correndo dali. Para onde? Não tínhamos plano B, mas ali eu não dormiria. Paramos na sorveteria e pedimos informações. Aliás, a noite de Colonia é bem movimentada. Tem gente circulando pelas ruas até de madrugada. A sorveteria mesmo só fechava às 2 da manhã. 

FOTO MB: PUXANDO MALINHA ATÉ O CAIS

Seguimos a indicação da dona da sorveteria e rumamos para o Hotel Italiano, na rua transversal, com nossas malas de rodinhas quebrando o silêncio da rua de calçamento colonial. Na manhã seguinte, um calor danado! Nunca bebi tanta água. 

FOTO MB: MUSEO CASA DE NACARELLO

Colonia tem calles e plazas com los nogales, casas e mais casas coloniais transformadas em museus – visitamos 7 dos 10 que tínhamos direto com o passe museu adquirido no museu do farol. Praças arborizadas e a Iglesia Matriz também é legal de se ver.
No final da tarde apanhamos as malas e fomos para o porto tomar o Buquebus que atravessaria o Rio de la Plata, nos levando à Buenos Aires. Demoramos três horas para chegar ao destino. Andava mais devagar que a Cantareira. 

FOTO MB: VISTA DO PRATA DESDE O FAROL

Na loja de passagens tinha fotos de um veículo que navega em alta  velocidade, mas parte direto de Montevideo. Pensamos que o nosso levaria algum tempo para acelerar. Afinal, uma coisa daquele tamanho não podia sair voando Prata adentro. Só que a coisa daquele tamanho não podia, não conseguia e acho mesmo que não queria navegar rápido. Ficamos três horas esperando a aceleração e, ao invés dela, o que vimos foi Buenos Aires se aproximando lentamente.

2.12.12

BUENOS AIRES PARA QUEM VAI DE CARRO - POR ESTRADAS BRASILEIRAS

Certo dia, em janeiro de 2005, iniciei uma viagem entre Curitiba e Buenos Aires, seguindo de carro pelo litoral. Sim, viajar milhares de quilômetros dirigindo o próprio carro tem o seu valor! Não seria a primeira fez que faria isso (assim já fui do Rio de Janeiro à Natal) e, portanto, me considerava experiente. Dos preparativos, o mais trabalhoso foi preparar o carro de acordo com as exigências da época, relatadas nos sites das Embaixadas do Uruguai e da Argentina. Orientavam coisas prá lá de inusitadas para nós brasileiros, como por exemplo, manter na mala do carro um kit de primeiros socorros, um cabo de aço para fazer reboque – em casos de falha do motor – e, pasmem, um lençol branco para casos de acidentes com vítimas fatais. Sem comentários.

Seguro internacional devidamente feito, organizei os pernoites de acordo com o interesse em conhecer determinado local, horas de direção na estrada e condições de alojamento. Claro, ida e volta. Parti de Curitiba com filho e sobrinho, sabendo que embarcaria os dois para o Rio de Janeiro em Porto Alegre. E lá, no aeroporto, tínhamos encontro marcado com amigos que seguiriam conosco até BUE. Assim foi feito.

1ª PARADA: GUARDA DO EMBAÚ (SC)

Localizada em Palhoça (50 km ao sul de Florianópolis), na Serra do Tabuleiro, Guarda é considerada uma das 10 praias mais belas do Brasil. Também achei. O grande charme é o Rio da Madre, que divide a Vila. Ou seja, para chegar na praia tem que atravessar o rio caminhando, nadando ou em um barco.

FOTO MB: NA IDA A MARÉ ESTAVA BAIXA E EU PUDE IR CAMINHANDO. NA VOLTA,  APELEI PARA O TRANSPORTE LOCAL (R$1,00)

FOTO MB: NO CANTO ESQUERDO FICA A PEDRA DO URUBU. É DE LÁ QUE SE TEM A VISTA PRIVILEGIADA DA REGIÃO. 

FOTO MB: PARAÍSO DOS SURFISTAS

Almoçamos no restaurante da Bila, que serve minuta típica do local até às 11 da noite, ininterruptamente. Conhecemos a praia da Pinheira e nos hospedamos na Pousada Pura Vida, com piscina e café da manhã ótimo (natureba, é claro...).  Na manhã seguinte, a proposta era seguir até Torres, no Rio Grande do Sul.


2ª PARADA: TORRES (RS)

Deixamos Guarda no final da manhã e no início da tarde já estávamos subindo as Torres (3 grandes paredões de pedra na areia da praia, de onde se tem uma bela vista do oceano). Diz-se que Torres é um dos núcleos mais antigos do Rio Grande do Sul. Quando o primeiro navegador português (Pedro Lopes de Souza) chegou por lá, era 1531.

A informação do hotel era de que bastava seguir a avenida até a “lomba” do Banco do Brasil, que estaríamos na praia do centro (Torre Centro - Morro das Furnas). Bela praia. De lá vemos o farol (Torre Norte). Seguimos para a “torre sul” – o mais alto paredão. É alto mesmo, mas o visual é lindo de morrer.
     

FOTO MB: No caminho para torre sul (junto da praia da Guarita) passamos pela Lagoa do Violão (nome dado em função do seu formato) e por ruas de paralelepípedos que sobem e descem alcançamos a praia. Primeira praia dos gaúchos e reduto colorado (como dizia uma placa na entrada da cidade), é repleta de casas de veraneio. A surpresa foi ver essas belas casas sem muros e com redes na varanda. Faltou pouco para eu me abancar em uma delas. 


FOTO MB: Depois de almoçar uma minuta (parece que depois de Santa Catarina esse é o prato predileto da turma do sul), o café teve que ser tomado lendo, na xícara, que o café é arma no combate às drogas (!?). Na manhã seguinte, antes de seguir para Porto Alegre, visitamos a terceira praia, subindo em pedras, tirando fotos e experimentando uma batida de cana com uma frutinha da região, que esqueci o nome, já que não gostei do sabor. 


3ª PARADA: PORTO ALEGRE

Ao chegarmos deparamos com a complicação de localizar o bairro de Navegantes, onde ficava o hotel reservado. Resolvemos perguntar a direção certa para dois senhores que conversavam próximos aos seus carros. Um deles, gentilmente, sugeriu que o acompanhássemos, já que estava à caminho da mesma região. Algumas voltas e curvas depois, estávamos na rua do Hotel Porto Alegre. Estávamos próximo demais do porto. Paciência, era apenas por uma noite e a oferta era pequena por conta do Fórum Social Mundial.

Chegamos a tempo de ver o pôr-do-sol no Guaíba. Nós e a metade da população da cidade. O lugar fica igual a Lagoa Rodrigo de Freitas. A diferença é que ao invés de água de coco todo mundo toma chimarrão ou tererê (que é gelado). Visitamos a Usina do Gasômetro que, apesar do nome, era na realidade uma usina termoelétrica. Lá, apenas o cinema e o café estavam abertos ao público. O lugar estava sendo preparado para sediar o Fórum, motivo pelo qual já sabíamos que não teríamos hospedagem em POA na volta de Montevideo. 

Depois do Guaíba e do papinho com um “nativo” sobre o rio e a cidade de Guaíba, resolvemos jantar. Havíamos saído do hotel com um mapa e graças a ele chegamos ao Guaíba, mas quem disse que esse mesmo mapa nos fez chegar ao hotel de volta? 

No meio tempo em que nos perdemos, passamos pelo Largo dos Açorianos, onde se destaca o Monumento aos Açorianos iluminado – caravela formada por pessoas, que homenageia os 60 casais vindos dos Açores em 1752 e que deram origem à cidade de Porto Alegre. Encontramos a Casa de Cultura Mário Quintana. Ali, no antigo Hotel Majestic, jantamos. Na saída, contratamos um táxi e seguindo-o, aí sim, retornamos ao hotel. 

Foi em POA que tivemos o primeiro contato com a forma diferente de dizer o preço das coisas. Vou explicar. Dez reais e trinta centavos é dito “dez com trinta”; cinco reais e dez centavos, “cinco com dez”. Essa era a forma de dizer valores em dinheiro por todo o restante da viagem. Na manhã seguinte tentamos mais uma vez conhecer a cidade de carro. Aos domingos o programa é caminhar no Parque da Redenção, também conhecido por Parque Farroupilha. Não deu muito certo, pois o calor era insuportável mesmo. Paramos no primeiro shopping que encontramos, o DC Navegantes - uma antiga fábrica construída pelo Sr. Renner, em 1916, e onde hoje, no prédio das caldeiras, está instalada a cervejaria Dado Bier -  almoçamos e seguimos para o aeroporto. Os meninos embarcaram às 17:00 hs para o Rio. No aeroporto encontramos nossos amigos que passaram alguns dias em Pato Branco (PR) e com jeitinho conseguimos arrumar as 4 malas no carro e seguir para Pelotas.

4ª PARADA: PELOTAS 

Chegamos lá às nove da noite, com um pouco de chuva e muito caminhão na estrada. Chegamos ao hotel errado, mas de mesmo nome daquele que eu havia reservado. Ficamos por lá mesmo. Atravessamos a rua e fomos jantar em um restaurante italiano. Para resumir, o melhor a ser feito era dormir para sair dali o mais rápido possível rumo a Montevideo. Às 8:00 já estávamos na estrada que nos levaria a Punta del Este e Montevideo. É claro que no caminho havia algumas coisinhas para serem vistas ou feitas. A estrada era só reta e de pista dupla. Foi assim que passamos pelo Banhado do Taim (área de preservação ambiental quilométrica e muito simpática), com velocidade reduzida para desviar dos animais que por ventura atravessariam a pista. De um lado o banhado e do outro também, ou seja, quase duas horas de nada, em linha absolutamente reta. 

FOTO MB: BANHADO DO TAIM EM FOTO TIRADA DO CARRO EM  MOVIMENTO

Chegamos ao Chuí. Uma rua de 4 pistas separadas por um canteiro. Duas pistas é Brasil e duas pistas é Uruguai. Precisávamos esticar as pernas, fazer câmbio e comer alguma coisa. Conversamos com um senhor uruguaio sobre o tal cabo de aço para reboque que sabíamos ser necessário para circular pela Argentina e pelo Uruguai (além do kit de primeiros socorros, 2  triângulos a Carta Verde, que já tínhamos no carro). Ali perto de Chuí é o balneário dos uruguaios – Barra do Chuí – no lado brasileiro. Esse senhor estava de férias na praia e nos orientou onde almoçar (devíamos fazer isso no lado brasileiro porque era mais barato), andar de faróis acessos na estrada e esquecer essa história de cabo de aço. Assim fizemos.

FOTO MB TIRADA DO CARRO EM MOVIMENTO

O almoço foi desprezível (adjetivo mais ameno), mas o necessário para prosseguir na estrada. Poucos metros depois passamos pela fronteira, migração brasileira, a uruguaia e aduana. Não é que me pediram a carta verde! Alguns quilômetros na Ruta 9 (reta com nada de um lado e nada de outro e muita gente pedindo carona) paramos na Fortaleza de Santa Teresa, ubicado en el departamento de Rocha. Mas a história em terras uruguaias é objeto para outra postagem.

15.10.12

SIMBORA PARA O LITORAL DO PARANÁ? GUARAQUEÇABA

Guaraqueçaba não se intimida com a chuva, segue calma e tranquila, na maior área remanescente de Mata Atlântica do Brasil. Está a 180 km de Curitiba e cercada por áreas de proteção ambiental. Prato cheio para quem gosta de contemplar a natureza. Por sua estrutura, é local estratégico para conhecer a região. E se ela, a chuva, impediu os tradicionais passeios (Salto Morato, Trilha do Quitumbê, Superagui e demais ilhas), não impediu o descanso e a contemplação. Para isso a Pousada do Biguá foi perfeita. Então, vamos ao passo a passo do que foi este final de semana.

FOTO MB: OBSERVANDO GAIVOTAS NO TRAPICHE

Ao contrário do habitual, essa viagem foi minimamente planejada: de concreto, as reservas para hospedagem e o boletim Climatempo afirmando que o feriado seria frio e chuvoso. Resolvi apostar no merecido descanso e comecei a aventura deixando o carro em casa, por não querer enfrentar estrada com chuva no feriadão. Quatro horas depois da decisão efetiva de viajar sem carro, desembarquei em Paranaguá.  Um recorde, já que antes de comprar as passagens nem tinha feito a mala! A garoa não impediu a caminhada de 300 m até o Camboa Resort Hotel, escolhido de acordo com a estratégia básica do viajante "se chover, vá ao museu". No meu caso, museu foi sinônimo de resort... Ao abrigo da chuva, pude jantar, ver a pré produção do lançamento de vários livros sobre fandango e tomar um drink. Poderia até ter visto o capítulo de Avenida Brasil, que bombava no telão do lobby.

FOTO MB: AS PISCINAS DO CAMBOA HOTEL RESORT DE PARANAGUA 

No final da manhã seguinte, caminhei até o pier de embarque para Guaraqueçaba. Nunca resisto ao encanto das casas coloniais dessa caminhada, que contou com uma paradinha no Mercado do Café pra comer o pastel de banana e o de camarão.


FOTO MB: LATERAL DA IGREJA DE SÃO BENEDITO, VISTA DO BOTECO DO NETO (FUNDADO EM 1939); ABAIXO, CASARIO E MERCADO.

FOTO MB: CASA CECY - construída para servir de moradia e de comércio. Ali foi instalada a "Padaria Cecy" que funcionou até o início da década de 60.



FOTO MB: Casa Monsenhor Celso (Casa da Cultura) 

ENFIM, GUARAQUEÇABA
Duas horas e meia depois de embarcar no Marujo, estava em Guaraqueçaba, cidade quase na divisa com São Paulo e que de tão pequena, pier e praça central se confundem. A primeira vista, a muralha formada por hotéis, restaurantes, pousadas e quitanda pode ofuscar a natureza exuberante, mas basta erguer os olhos para a Mata, para o Morro do Tromomo ou, ainda, perder o olhar nas águas e ilhas, que ela nos invade.



FOTO MONTAGEM MB

Confesso que quando pisei em terra firme minha meta era buscar a Praça Central para fazer o check in na Pousada do Biguá o mais rápido possível. Não fosse a presença do Sr. Munir, eu teria caminhado muito mais que os trinta passos necessários para chegar lá. Eu desembarquei no cantinho direito da Praça Central e não sabia!

FOTO MB - RECEPÇÃO E VARANDA EXTERNA DOS QUARTOS - ÓTIMO LUGAR PARA CONVERSAR!


O Café da Flora, praticamente um anexo da Pousada, só funciona na alta temporada. Mas o ótimo café da manhã da Biguá incluiu os ma-ra-vi-lho-sos muffins de nozes e chocolate do cardápio. Quer saber? Não vou falar muito mais sobre a Pousada, apenas digo que me hospedaria lá novamente, de olhos fechados, tanto por sua localização quanto, e principalmente, pelos serviços e ambiente agradabilíssimo.
A segunda boa surpresa do dia foi a casquinha de siri da Mercearia Rodrigues. Gente, que coisa gostosa! Ali, no outro extremo da Praça Central, aberta de manhã à noite, a Mercearia foi um porto seguro: lugar com decoração muito simpática, de poucas mesas, com música ambiente da melhor qualidade e de cardápio simples e saboroso.

FOTO MB: AS FOTOS DA CIDADE NO ANO DE INAUGURAÇÃO DA MERCEARIA ORGANIZADAS NAS PAREDES É PRA LÁ DE INTERESSANTE.


FOTO MB: DETALHE DO BALCÃO
FOTO MB: IGREJA NOSSO SENHOR BOM JESUS DOS PERDÕES - A PRIMEIRA CONSTRUÇÃO DA CIDADE, ERGUIDA EM 1838.


FOTO MB: NO CAMINHO PARA A COOPERATIVA DE ARTESÃOS E O RESTAURANTE DO POLACO (QUE PEIXE SABOROSO!)

FOTO MB: BARCO DE TRANSPORTE DE ESTUDANTES
FOTO MB: TRAPICHE DA ARTE NOSSA - Na cooperativa de artesãos Arte Nossa, você encontra  trabalhos feitos com escama de peixe, fibra de bananeira, barro cozido e outras coisitas mais. 


Dessa vez não tive a graça de conhecer Guaraqueçaba sob o sol, que caprichoso só apareceu na segunda-feira depois do feriado. Não vi golfinhos, papagaios, micos ou biguá. Conclusão: vou ter que voltar!

RESUMO DA OPERA:

Salto Morato, é uma cachoeira de 130 metros de queda; a Trilha do Quitumbê, tem 800 metros e termina em um mirante com vista panorâmica da cidade e da baía; Superagui, 45 mil hectares que engloba as ilhas de Superagui, das Peças, do Pinheiro e do Pinheirinho, acessadas por passeios de barco que levam às praias.

Preço da passagem Curitiba - Paranaguá - Curitiba pela viação Graciosa - R$ 37,00
Preço da passagem Paranaguá - Guaraqueçaba - Paranaguá no barco do Marujo - R$ 40,00

Use dinheiro em espécie, já que a conexão nem sempre favorece o uso de cartões nos poucos estabelecimentos que aceita esse tipo de pagamento.

VEJA OS DEMAIS POST SOBRE O PROJETO DOMÉSTICO "SIMBORA PARA O LITORAL DO PARANÁ"

PARANAGUÁ - ANTONINA - MORRETES
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