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25.7.09

ESTÂNCIAS JESUÍTICAS DE CÓRDOBA (AR)

Formado por igrejas e conventos construídos por jesuítas entre 1616 e 1767, quando foram expulsos da região por Carlos III, o patrimônio considerado da humanidade pela UNESCO tem como ícone o quarteirão no centro histórico da cidade. Na Manzana Jesuítica estão o Colégio Nacional de Monserrat, a Igreja da Companhia de Jesus (1640) e a antiga Universidade Nacional de Córdoba (a primeira construída na Argentina e a quarta na América).
Foto: pátio da Universidade/Margareth Bastos
Na Igreja, com uma capela de cada lado, a celebração da missa acontece sob a abóboda de quilha invertida e o brilho do ouro do púlpito, do retábulo e das imagens sacras. Do pátio do Colégio de Monserrat, já muito modificado, visita-se o Museo Histórico de La Universidad (Casa de Trejo). Em seu Salón de Grados, as cortinas e as cadeiras são as mesmas que testemunharam horas de arguição dos formandos que por ali passaram nesses 400 anos.
Foto: Ruta 9/Margareth Bastos
Para entender melhor o restante dessa história, convém lembrar o ex-militar Santo Ignácio de Loyola e sua Companhia de Jesus que, “Para a Grande Glória de Deus”, deu o pontapé inicial naquela região. Se educação, missões evangelizadoras e, por consequência, conquistas territoriais sempre estiveram nos planos da Companhia, a criação de estâncias capazes de sustentar economicamente tal obra evangelizadora também fazia parte da estratégia. Assim, o que hoje conhecemos por Camino de las Estancias Jesuíticas, reúne as cinco estâncias compradas e construídas por jesuítas - Caroya (1616), Jesús Maria (1618), Santa Catalina (1622), Alta Gracia (1643), La Candelaria (1683) e San Ignacio (1725) -, e que serviram de residência para padres estancieiros, escravos e índios, para plantio e para criação de gado, abrigaram padaria, carpintaria, oficinas de ferreiros e tudo mais que se possa imaginar necessário para a época. San Ignacio, na serra de Calamuchita, já desapareceu, mas Caroya, 40 km ao norte do centro de Córdoba ainda está lá.
Foto: Estância Caroya/Margareth Bastos
A estância foi a primeira da Companhia e servia de residência de verão para os alunos do Monserrat. Entre 1814 e 1816 foi transformada em fábrica de armas para o Ejército del Norte, durante a guerra da independência. Em 1878, Avellaneda cedeu o uso daquelas terras aos imigrantes italianos vindos de Friulli, até que formassem um novo povoado próximo dali. Hoje é possível encontrar salames, pães e queijos coloniais em várias vendas na beira da estrada.

Seguindo para o norte até Sinsacate, em terras que foram dos indígenas sanavirones, começa o antigo Camino Real. Próximo do local onde se realiza um grande festival anual de doma e folclore há uma ponte de ferro sobre o rio. Basta cruzá-la para avistar Jesús María.

Foto: lateral da Estância Jesús Maria/Margareth Bastos
É possível visitar a igreja, a residência e a bodega onde era produzido e armazenado o vinho. Hoje esse complexo é sede do Museo Jesuítico Nacional: quadros, mobília, biblioteca, louça, vestimentas estão ali para serem vistos. A estância seguinte pelo Camino Real é Santa Catalina. De lá é possível avistar as Sierras Chicas, mas os vários caminhos incluem alguns quilômetros de estrada de terra. Mais distante, cerca de 130 Km, em plena Pampa de San Luis, e com acesso também por estrada de terra está a estância La Candelária, em ruínas. Logo, mudo o rumo para o sul e chego em Alta Gracia no final da tarde, com pouco tempo para conhecer o Museo Casa Del Virrey Liniers, a igreja paroquial, o primeiro canal de irrigação construído e o Museo Casa Ernesto Che Guevara (nascido em Rosário e morador de Alta Gracia entre os 4 e 16 anos, até 1940).
FotoMB: Museo de la Estancia Jesuitica de Alta Gracia - Casa del Virrey Liniers - Patrimônio da Humanidade
Se é na província de Córdoba, responsável por 4% do PIB, que os argentinos produzem carros de última geração, cultivam toneladas de grãos (milho, trigo e soja) e fabricam aviões militares, é na sua principal cidade, também chamada Córdoba, que eles conservam um dos patrimônios arquitetônicos mais importantes da Argentina. Não sei se uma coisa tem relação com a outra, mas que Córdoba é especial, ah, isso é.
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24.5.09

MOTIVOS PARA VISITAR O "cabildo"

Quem gosta de conhecer cidades históricas não deve perder a oportunidade de conhecer o seu Cabildo (se houver). É uma espécie de Centro Cívico curitibano, concentrado em uma única edificação; uma Brasília de Niemeyer, caso ela fosse uma referência da administração pública municipal. Serei mais direta: a administração dos interesses de uma cidade/município está tradicionalmente simbolizada por edificações, tais como a Câmara de Vereadores e a Prefeitura. O Cabildo tinha exatamente esse papel de reunir todas as manifestações cívicas, só que nos idos de 1500, com as características e funções da época e salvo algumas excessões (Cuba é uma delas).

Foto MB: o Cabildo de Córdoba (AR) foi declarado Monumento Histórico em maio de 1941.

O Cabildo de Córdoba abriga o Museu da Cidade e o Centro de Informações Turísticas. Sua construção data de 
1588, com paredes de barro. Poucos anos depois, mostrou-se frágil e começaram as obras de recuperação e ampliação.
Foto: Margareth Bastos - Cabildo (Buenos Aires - AR), em janeiro de 2005.

Em Buenos Aires (AR), o Cabildo foi criado em 1776. Era sede do Virreinato del Río de la Plata, que abrangia terras que atualmente fazem parte dos territórios argentino, uruguaio, paraguaio, boliviano e brasileiro. No caso do Brasil, estamos falando do Rio Grande do Sul, região chamada pelos espanhóis de Río Grande de San Pedro.
Foto: Margareth Bastos - pátio interno do Cabildo de Montevideo - Museo Historico Nacional

O Cabildo de Montevideo (UR) também foi construído por espanhóis, entre 1804 e 1869. O prédio abrigava o Tribunal de Justiça, prisões, enfermaria e capela. Desde 1959 é sede do Museu Histórico Municipal e, em 1975, foi declarado Monumento Histórico Nacional.


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