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16.6.07

DISCOS ANTIGOS: do fundo do Baú


FOTO MB: ACERVO

Olha aí o exemplo da discografia do meu pai. Foi com esses "bolachões" que eu tomei gosto pelo bolero. A arte das capas é maravilhosa. Gente, é tudo muito vermelho mesmo e o esmalte é verde-amarelo-abacate.


DANÇA DE SALÃO: nem havaianas nem tênis, o bom mesmo é o CH-52.

FOTO MB: ACERVO

Quando finalmente me atrevi aprender a dançar não tive dúvidas em escolher a dança de salão para iniciar minha aventura. Foi na academia de dança que descobri que iria aprender os primeiros passos do bolero, do soltinho e do samba. A dança de salão, no seu formato original, é composta por esses três ritmos principais. Mas o que há de comum entre eles? Pode parecer básico mas eu não sabia até ler um artigo que trata do debate historiográfico sobre a música popular brasileira (muito complexo para o meu consumo imediato) e encontrar um site (este sim, de conteúdo para consumo imediato e gostoso de ler): Pelo que entendi o samba era a marca de música brasileira, na virada dos anos 40 para os anos 50, pelo menos no grande centro urbano da época – Rio de Janeiro, capital do país. Era também chamado de umbigada, batuque, dança de roda, lundu, chula, maxixe, batucada e partido alto, entre outros. Foi nessa mesma época (anos 40 e anos 50) que começou a sofrer interferência de gêneros estrangeiros como o jazz americano, o bolero mexicano e o tango argentino. Foi assim que o samba saiu dos terreiros e quintais e chegou às gafieiras, junto com boleros. Além disso, esses gêneros estrangeiros ganhavam cada vez mais espaço nas rádios brasileiras. Há quem faça referência ao surgimento do Sambolero: tipo de samba-canção comercial fortemente influenciado pelo bolero.

Gêneros estrangeiros, impostos ou não pelas grandes companhias de disco, papai adorava ouvi-los nas manhãs de domingo em sua rádio-vitrola (sabem o que é isso?). Assim conheci “La Barca”, “El día que me queiras”, “Perfídia”, “História de um amor”, “Amor, amor”, “Negue”. Ai, gente, pausa para respirar: lembrei do filme Perfume de Mulher (1992), com Al Pacino. Uau, quero dançar assim!

Bom, já encontrei uma relação entre samba e bolero, agora falta a justificativa para o soltinho. O termo é conhecido apenas no mundo da dança de salão. É apenas uma dança, não tem música característica como o samba, o tango ou o rock. Não se pode afirmar que tal música é um soltinho, e sim, esta música pode ser dançada como um soltinho. É uma dança que junta a ginga e a improvisação brasileira ao rock e ao swing dos EUA.

O soltinho começou a ser dançado a partir da década de 80, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, no início da década de 90, pegando carona com o sucesso do samba de gafieira e do bolero exportados do Rio de Janeiro. O soltinho pode substituir outras danças: pode-se dançar um swing, um rock lento ou mesmo um fox-trot.

Recaptulando:
1 - O samba de gafieira incorporou novos estilos e figuras ao samba original - como aquele dançado na casa da Tia Ciata. Assim, pode ser dançado em pagodes, como bossa nova ou samba rock.
2 - O bolero que é mais tranqüilo que o samba, também recebeu um novo formato com mais giros e pode ser dançado também em músicas atuais como MPB (salve, Lulu Santos!) e baladas.
3 - O soltinho é muito divertido. É a mistura de alguns ritmos como o swing e o fox e também pode ser praticado em uma grande variedade de estilos musicais.
4 - Hoje é dia de Baile do TUM e TUM. Vou colocar em prática o que aprendi, com o meu CH-52 (modelo de sapato para a dança de salão).
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