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24.3.19

CARTAGENA DE ÍNDIAS: CAFÉ, RUM, AREPAS E GRAFITE

Se o melhor da cidade está naquilo que se encontra pelo caminho, a “comida de rua” ganha destaque. Em Cartagena as frutas, o pan de bono (que lembra um pão de queijo) e as arepas roubam a cena. Para escolher o quê saborear é interessante saber, por exemplo, que há mais de uma versão para cada produto: os versáteis patacones é uma massa de banana da terra (plátano), papa é uma bolinha de batata recheada com carne, caramañola é uma bolinha de mandioca com queijo e arepa é um bolinho de milho com recheios variados. Aliás, queijo é o que não falta por lá. Pode ir acostumando com os nomes para não errar: momposino, campesino, costeño, de hoja, llanero, paipa...

A LIMONADA DE COCO E O LULO VÃO PARAR NO PALITO | ATENÇÃO: NÃO CONFUNDIR A SABOROSA UCHUVA (PHYSALIS) COM UVA | LA PALETTERIA.
AO ACRESCENTAR RUM, VODKA E TEQUILA NA LIMONADA DE COCO, FAZ-SE O COCO LOCO.
AREPITAS SÃO ENTRADA GOURMET | CHÁCHARA. NO BALCÃO É PRATO PRINCIPAL | COLOMBITALIA.
PATACONES PODEM SER FRITOS OU GRELHADOS, DE PLÁTANO MADUR OU VERDE. SÃO SERVIDOS NO CAFÉ DA MANHÃ OU COMO TIRA GOSTO ACOMPANHADO DE SALSA E CARNE SALADA DESFIADA | RESTAURANTE PALENQUERA.
NO PRATO PRINCIPAL DE ARROZ DE COCO E CAZUELA DE MARISCOS | LA MAR |ISLA DEL ENCANTO
NO ACOMPANHAMENTO DA CAZUELA DE PESCADO DO RESTAURANTE LA COCINA DE CARTAGENA.
AS IGUARIAS FRITAS SÃO TÃO APRECIADAS QUE ANUALMENTE ACONTECE O FESTIVAL DE FRITOS.

Assim como os salgados fritos, os doces também ganham um festival próprio durante a Semana Santa. O Festival del Dulce Cartagenero acontece todos os anos na Plaza de Los Coches. Os de coco, de feijão (guandul), de banana com manga e especiarias (mongo mongo) e de inhame são os doces mais tradicionais. No Portal de los Dulces é possível saborear muitos outros durante todo o ano: alegría, cubanitos, caballito, enyucado, cocadas, icacos, arropilla e panelitas ou muñecas - doce típico à base de leite e amêndoas. Os rasguñaos são doces de frutas e de legumes, portanto, a lista é extensa: mamão, coco, goiaba, tamarindo, abóbora, batata doce... 

NÃO SOU FÃ DE DOCE MAS NÃO RESISTI AO 100% CHOCOLATE FEITO DE MOUSSE E BROWNIE DO CAFÉ LUNÁTICO (Helping the planet)

É durante a caminhada entre os pontos de interesse que bate aquela vontade de fazer uma pausa para o cafezinho. Apreciadores da bebida reconhecem o café colombiano como um dos mais saborosos. Os grãos do tipo arábica são colhidos manualmente e produzem uma bebida com baixo teor de cafeína, menos amarga e muito aromática. 

ONDE APRECIAR O CAFÉ COLOMBIANO

Juan Valdez é a Starbucks colombiana. Com "uma loja em cada esquina", a marca segue a cartilha da rede americana. Vende tortas, canecas e o pó do café já moído para presente. Ambiente agradável e produtos saborosos.


Café La Presentación está na linda Casa Museu La Presentación. A Casa reúne galeria, loja de artesanato, um belo jardim e o Hotel el Claustro.



O Café San Alberto é o colombiano mais premiado no mundo! A moagem é feita na hora e a embalagem à vácuo garante o aroma por vários dias. É um dos poucos que abre diariamente, das 9h às 19h30, na Calle de los Santos de Piedra, no Centro Histórico. A porta discreta, perto do Museo das Esmeraldas, entre a Plaza Bolívar e a Catedral quase passa despercebida. Aliás, a rua concentra comércio variado, restaurantes e a casa do corsário Francis Drake, que invadiu Cartagena em 1586.

O Café del Mural está na Calle San Juan, uma rua estreita e colorida por murais na proximidade da Plaza La Trinidad, em Getsemaní. A proposta do local é ser um laboratório de café. As poucas cadeiras na calçada é um convite para um agradável fim de tarde. O horário de atendimento é das 15h às 20h. 



VIZINHO AO RESTAURANTE ARRABAL, O CAFÉ DEL MURAL OFERECE CURSO E EXPLICAÇÃO SOBRE TORRA DE CAFÉ E DEGUSTAÇÃO.



MURAIS E GRAFITES

Para quem gosta da arte urbana, Getsemaní é um prato cheio. A Street Art acontece pela colaboração direta entre artistas e donos dos muros e o que começou como uma forma de expressão, hoje muda a relação dos turistas com locais antes desconsiderados para visitação. Em 2013 o bairro sediou o Festival Internacional de Arte Urbana. Desde então, os grafites de Getsemaní tornaram-se um dos mais famosos do mundo. Perambulando pelo bairro, você visita uma verdadeira galeria de arte a céu aberto. A temática vai de protesto aos elementos da cultura local.

O MAPA DA MINA.

A ESQUINA ENTRE A CALLE SAN JUAN E CALLE DE LA SIERPE É UM DOS PONTOS DE PARTIDA PARA O CIRCUITO DOS GRAFITES. 




TEXTO SOBRE BEL BORBA

A PALENQUEIRA DE DEXS

LOS NIÑOS DE BI CROMO

ERRE


HOMENAGEM AO CANTOR/COMPOSITOR COLOMBIANO DE SALSA E MÚSICA CARIBENHA

NAS REDONDEZAS DA CALLE DEL ESPIRITU SANTO E CALLE PACO





MURAIS NOS INTERIORES E TELAS NAS CALÇADAS

HOSTAL 





RESTAURANTE PALENQUEIRAS


OS LUGARES DO RUM 

Aprendi alguma coisa sobre a bebida preferida da cidade. A primeira delas é que a degustação de rum é chamada "cata” e são agendadas com antecedência em lugares específicos. A seguda coisa é que o rum mais apreciado é o produzido na Guatemala (Zacapa), seguido dos colombianos La Hechicera (Barranquilla) e Dictador (Cartagena). Terceiro, para fazer drinks, o Viejo de Caldas, encontrado também em embalagens tetra pak serve muito bem ao propósito.
 

DON AMBRO´S TOBACCO & RON

NA ESQUINA DA PLAZA FERNANDEZ DE MADRI, NA CALLE PRÓXIMO DA CASA DE GARCIA MARQUEZ, O DON AMBRO´S OFERECE AMBIENTE QUE CELEBRA "OS CUBANOS". 

NA PLAZA SANTO DOMINGO, O TAMBÉM AZUL CUBA 1940 É MUITO BEM RECOMENDADO PELA QUALIDADE DOS PRODUTOS COMERCIALIZADOS.


O CAFÉ HAVANA, EM GETSEMANÍ, É LOCAL NOTURNO DE MÚSICA AO VIVO. A ESPECIALIDADE É O MOJITO. AOS DOMINGOS, A ENTRADA É COM CONSUMAÇÃO.

O ALQUÍMICO REINA ABSOLUTO COM DRINKS INUSITADOS.


Abro parênteses para apresentar o boteco mais charmoso que encontrei na cidade: o Estrella de la India. Sempre movimentado, reúne moradores e turistas na esquina que é um verdadeiro oásis no Centro Histórico. Ali, próximo da Universidade, as mesas azuis, a cerveja gelada e a oportunidade de apreciar o movimento me encantaram. Servem rum? Nem perguntei!

ESTRELLA DE LA INDIA | SARGENTO MAYOR COM LA UNIVERSIDAD


Certamente Cartagena tem muitos lugares além daqueles que visitei e expus aqui. Cada modelo de viagem priorizará um ou outro lugar. Eu, no entanto, sigo em busca da autenticidade e embora tenha escrito na testa "turista"gosto de imaginar que estou vivenciando a rotina da cidade. Assim foi. Certamente Cartagena é um lugar para retornar!

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5.3.19

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CALLE DON JUAN | GETSEMANÍ

Viagem é assim: escolhe um lugar, compra a passagem, procura por hospedagem e voilà! Foi na hora de escolher onde baixar as malas que observei os comentários sobre o Centro Histórico e Boca Grande - alternativa para quem prefere os hotéis de rede, com bom custo x benefício e de fácil acesso ao centro. Getsemaní aparecia como bairro cool, de vida boêmia, de noites barulhentas e fora da muralha. Por não ter organizado a viagem com antecedência, a mais conveniente oportunidade de hospedagem que encontrei foi em Getsemaní. Hoje, depois de visitar Cartagena, indico Getsemaní como a melhor opção de hospedagem na cidade! Explico. Boca Grande não me dá a sensação de férias. O bairro, apesar da praia de águas mornas e do belíssimo pôr do sol é urbano demais para o meu gosto. A praia tem pequena faixa de areia escura e calçadas estreitas que não favorecem a caminhada. O acesso ao Centro Histórico, apesar de próximo, deve ser feito de táxi. É um trajeto por uma grande avenida e nenhum comércio. Portanto, Boca Grande é para quem gosta de prédios altos e resorts.



Boca Grande vista da Baía das Almas, mas poderia ser Camboriú (SC), Barra da Tijuca (RJ) ou Santos (SP), não?

Descarto a hospedagem no Centro Histórico pela tentativa de desfrutar da noite ao ar livre. Os restaurantes localizados ao redor das principais praças estendem suas mesas e criam um ambiente muito agradável, mas os vendedores e os artistas de rua não dão 1 minuto de sossego. Desfrutar dos ambientes fechados do Centro Histórico (e são muitos!) não implica em estar hospedado lá. Pense nisso!

O Centro Histórico concentra o maior número de turistas. Ruas cheias dia e noite.

A DESCOBERTA DE GETSEMANÍ


Cheguei em Cartagena no vôo das 23hs. Na manhã seguinte, só boas surpresas. O hotel escolhido foi o Armeria, no limite de Getsemaní com a ponte de Manga. O pátio interno com árvores frutíferas (carambola), pássaros, ventiladores e ombrelones funcionava como um oásis pré ar-condicionado do quarto.


Do terraço era possível avistar os dois pontos turísticos fora da muralha mais indicados à visitação. De tão perto é possível ir à pé, mas com o calor local isso está fora de cogitação. À esquerda, o Castelo San Felipe de Barajas. Confesso, não fui lá, já que o acesso final era por escadas... À direita, La Popa, o ponto mais alto da cidade, com convento aberto à visitação. Preferi admirá-los do bar do hotel.


Castelo | La Popa | Ponte sobre a Laguna San Lazaro | Baluarte El Reducto

O Armeria está a 1km da Torre do Relógio. A Torre está em linha com o Paseo de Los Mártires. Pois bem, seguindo até lá pela Calle del Arsenal, que serpenteia a Baía e não tem uma sombra sequer, passa-se pela área do food truck - dono de uma vista de tirar o fôlego e sem vendedores ambulantes. Mais adiante, pela lateral do Centro de Convenções. 



Seguindo pela Calle Larga, paralela a Arsenal, também se chega ao Paseo de Los Mártires. Nesse trajeto, pelo qual o casario oferece alguma sombra, estão o Centro Comercial de Getsemaní e a Pasaje Leclerc. Esses dois lugares de comércio popular são interessantes pois oferecem o artesanato do Centro Histórico com preços mais atraentes. 


No final da Calle Larga, na esquina com o Paseo e o Centro de Convenções, está a Igreja da Ordem Terceira, em seguida aos seus arcos o Teatro de Cartagena (em restauração) e do Bar QuiebraKanto (noites com música caribenha). Já estamos em La Matuna, um minúsculo bairro entre Getsemaní e San Diego.



Desse ponto temos lado a lado o Centro de Convenções, o mole Los Pégasos, o Paseo de Los Mártires e o Parque CentenárioDigamos que o portal amarelo do Parque indica um oásis cercado por uma feira de livros e outra de artesanato local. O cenário fica completo com a Torre do Relógio ao fundo. 


O terceiro trajeto possível passa pelo coração de Getsemaní. Tem tanta coisa nesse trajeto que a gente acaba ficando pelo bairro. Então, vamos fingir que só interessa chegar na Torre, ok? Para isso, dobre à direita na Calle de La Aguada, a segunda transversal da Calle Larga. Siga até a igreja/praça de La Santíssima Trinidad. Da praça parte a Calle de La Sierpe, que termina na lateral do Parque Centenário. Lembre-se que o objetivo é ir ao Centro Histórico pelo portal da Torre do Relógio. Melhor não olhar para os lados, pois você ficará tentado pela: 

Plazuela del Pozo



A pequena praça tem um poço e as esculturas de ferro do cartagenero Edgardo Carmona, que retratam o cotidiano de Cartagena e também estão em outros pontos da cidade. Se antes era lá que o povo se reunia para os "fandangos" e partirem para a romaria da Festa de Reis, hoje são os turistas que frequentam os restaurantes e, junto dos moradores locais, desfrutam da apresentação de músicos (artistas de rua) e garantem um movimento noturno agradável. É uma área residencial. Vi aniversário sendo comemorado no banco da praça. Vendedores? Tem, mas em menor número e a abordagem é mais sutil.



Se durante o dia a praça está vazia, à noite há várias atrações musicais. Nesta noite, no intervalo de duas horas, presenciei 4 apresentações, dentre elas a do Hot Bones, que vai do swing ao jazz e os Tambores de Cartagena. A dança típica brinca com as tochas e a rua se transforma em palco.  

Iglesia de La Trinidad | Plaza de La Trinidad

A igreja de la Santísima Trinidad (1643) reina na praça rodeada por barraquinhas de frutas e comida depois das quatro da tarde. Um deleite de cores e sabores, se observados do balcão. A noite ferve por lá. A escadaria da igreja vira palco para aula de rumba nas noites de sábado.









Calle de La Sierpe


O nome da rua diz respeito ao fato de moradores ouvirem um ruído semelhante ao de uma serpente muito grande se arrastando pela rua durante a noite. Lenda ou não, essa rua que desemboca no Parque Centenário, tem muros coloridos por grafites, hostels, hotéis e o restaurante Cháchara. Voltarei ao assunto.





Diversidade e autenticidade são duas palavras que definem Getsemaní. O bairro explicita isso em suas fachadas e nos moradores que compartilham suas calçadas com os turistas.



Ruas residenciais ornamentadas pelos moradores para os moradores atraem os olhos e despertam a curiosidade, como os "paraguas" da calle Angosto e os grafites espalhados pelo bairro. Getsemaní resiste ao avanço imobiliário. La Tablita é um exemplo. Seu proprietário recusou milhares de dólares oferecidos por uma grande rede americana de hotéis. Resiste e abraça os moradores.














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