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5.3.19

CARTAGENA DAS ÍNDIAS: GETSEMANÍ - PAIXÃO À PRIMEIRA VISTA



CALLE DON JUAN | GETSEMANÍ

Viagem é assim: escolhe um lugar, compra a passagem, procura por hospedagem e voilà! Foi na hora de escolher onde baixar as malas que observei os comentários sobre o Centro Histórico e Boca Grande - alternativa para quem prefere os hotéis de rede, com bom custo x benefício e de fácil acesso ao centro. Getsemaní aparecia como bairro cool, de vida boêmia, de noites barulhentas e fora da muralha. Por não ter organizado a viagem com antecedência, a mais conveniente oportunidade de hospedagem que encontrei foi em Getsemaní. Hoje, depois de visitar Cartagena, indico Getsemaní como a melhor opção de hospedagem na cidade! Explico. Boca Grande não me dá a sensação de férias. O bairro, apesar da praia de águas mornas e do belíssimo pôr do sol é urbano demais para o meu gosto. A praia tem pequena faixa de areia escura e calçadas estreitas que não favorecem a caminhada. O acesso ao Centro Histórico, apesar de próximo, deve ser feito de táxi. É um trajeto por uma grande avenida e nenhum comércio. Portanto, Boca Grande é para quem gosta de prédios altos e resorts.



Boca Grande vista da Baía das Almas, mas poderia ser Camboriú (SC), Barra da Tijuca (RJ) ou Santos (SP), não?

Descarto a hospedagem no Centro Histórico pela tentativa de desfrutar da noite ao ar livre. Os restaurantes localizados ao redor das principais praças estendem suas mesas e criam um ambiente muito agradável, mas os vendedores e os artistas de rua não dão 1 minuto de sossego. Desfrutar dos ambientes fechados do Centro Histórico (e são muitos!) não implica em estar hospedado lá. Pense nisso!

O Centro Histórico concentra o maior número de turistas. Ruas cheias dia e noite.

A DESCOBERTA DE GETSEMANÍ


Cheguei em Cartagena no vôo das 23hs. Na manhã seguinte, só boas surpresas. O hotel escolhido foi o Armeria, no limite de Getsemaní com a ponte de Manga. O pátio interno com árvores frutíferas (carambola), pássaros, ventiladores e ombrelones funcionava como um oásis pré ar-condicionado do quarto.


Do terraço era possível avistar os dois pontos turísticos fora da muralha mais indicados à visitação. De tão perto é possível ir à pé, mas com o calor local isso está fora de cogitação. À esquerda, o Castelo San Felipe de Barajas. Confesso, não fui lá, já que o acesso final era por escadas... À direita, La Popa, o ponto mais alto da cidade, com convento aberto à visitação. Preferi admirá-los do bar do hotel.


Castelo | La Popa | Ponte sobre a Laguna San Lazaro | Baluarte El Reducto

O Armeria está a 1km da Torre do Relógio. A Torre está em linha com o Paseo de Los Mártires. Pois bem, seguindo até lá pela Calle del Arsenal, que serpenteia a Baía e não tem uma sombra sequer, passa-se pela área do food truck - dono de uma vista de tirar o fôlego e sem vendedores ambulantes. Mais adiante, pela lateral do Centro de Convenções. 



Seguindo pela Calle Larga, paralela a Arsenal, também se chega ao Paseo de Los Mártires. Nesse trajeto, pelo qual o casario oferece alguma sombra, estão o Centro Comercial de Getsemaní e a Pasaje Leclerc. Esses dois lugares de comércio popular são interessantes pois oferecem o artesanato do Centro Histórico com preços mais atraentes. 


No final da Calle Larga, na esquina com o Paseo e o Centro de Convenções, está a Igreja da Ordem Terceira, em seguida aos seus arcos o Teatro de Cartagena (em restauração) e do Bar QuiebraKanto (noites com música caribenha). Já estamos em La Matuna, um minúsculo bairro entre Getsemaní e San Diego.



Desse ponto temos lado a lado o Centro de Convenções, o mole Los Pégasos, o Paseo de Los Mártires e o Parque CentenárioDigamos que o portal amarelo do Parque indica um oásis cercado por uma feira de livros e outra de artesanato local. O cenário fica completo com a Torre do Relógio ao fundo. 


O terceiro trajeto possível passa pelo coração de Getsemaní. Tem tanta coisa nesse trajeto que a gente acaba ficando pelo bairro. Então, vamos fingir que só interessa chegar na Torre, ok? Para isso, dobre à direita na Calle de La Aguada, a segunda transversal da Calle Larga. Siga até a igreja/praça de La Santíssima Trinidad. Da praça parte a Calle de La Sierpe, que termina na lateral do Parque Centenário. Lembre-se que o objetivo é ir ao Centro Histórico pelo portal da Torre do Relógio. Melhor não olhar para os lados, pois você ficará tentado pela: 

Plazuela del Pozo



A pequena praça tem um poço e as esculturas de ferro do cartagenero Edgardo Carmona, que retratam o cotidiano de Cartagena e também estão em outros pontos da cidade. Se antes era lá que o povo se reunia para os "fandangos" e partirem para a romaria da Festa de Reis, hoje são os turistas que frequentam os restaurantes e, junto dos moradores locais, desfrutam da apresentação de músicos (artistas de rua) e garantem um movimento noturno agradável. É uma área residencial. Vi aniversário sendo comemorado no banco da praça. Vendedores? Tem, mas em menor número e a abordagem é mais sutil.



Se durante o dia a praça está vazia, à noite há várias atrações musicais. Nesta noite, no intervalo de duas horas, presenciei 4 apresentações, dentre elas a do Hot Bones, que vai do swing ao jazz e os Tambores de Cartagena. A dança típica brinca com as tochas e a rua se transforma em palco.  

Iglesia de La Trinidad | Plaza de La Trinidad

A igreja de la Santísima Trinidad (1643) reina na praça rodeada por barraquinhas de frutas e comida depois das quatro da tarde. Um deleite de cores e sabores, se observados do balcão. A noite ferve por lá. A escadaria da igreja vira palco para aula de rumba nas noites de sábado.









Calle de La Sierpe


O nome da rua diz respeito ao fato de moradores ouvirem um ruído semelhante ao de uma serpente muito grande se arrastando pela rua durante a noite. Lenda ou não, essa rua que desemboca no Parque Centenário, tem muros coloridos por grafites, hostels, hotéis e o restaurante Cháchara. Voltarei ao assunto.





Diversidade e autenticidade são duas palavras que definem Getsemaní. O bairro explicita isso em suas fachadas e nos moradores que compartilham suas calçadas com os turistas.



Ruas residenciais ornamentadas pelos moradores para os moradores atraem os olhos e despertam a curiosidade, como os "paraguas" da calle Angosto e os grafites espalhados pelo bairro. Getsemaní resiste ao avanço imobiliário. La Tablita é um exemplo. Seu proprietário recusou milhares de dólares oferecidos por uma grande rede americana de hotéis. Resiste e abraça os moradores.














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